A Outra Verdade é que a performance de Dino Alves é sempre surpreendente e marca o alto momento do final da Moda Lisboa.
Um dos principais objetivos do ser humano, hoje em dia, é ser observado a cada instante e visto como um ser perfeito, belo, bem sucedido, com uma vida de sonho e quase sempre atraente. É essa verdade que a maioria das pessoas procura exibir, mesmo que seja manipulada, retocada e favorecida muitas vezes pelo ângulo, pela luz e pelos filtros.
O mundo mudou, todos sabemos. Para melhor em muitas coisas , mas para pior noutras. A Outra Verdade é que no final de tudo, somos todos diferentes, mas ao mesmo tempo todos iguais.
As peças escolhidas por Dino Alves detinham proporções aparentemente incorretas, com cores entre o preto, branco marfim, nude, pérola, amarelo torrado, laranja, bege, castanho, lilás, roxo, azuis, verdes, vermelho, prateado, estampados, riscas, painéis de peças com modelagem alterada e usadas com aplicação diferente, tornavam a conjugação com o seu glamour e brilho a que estamos habituados. As linhas de cintura fora do lugar habitual, sugeriam uma certa imperfeição e desproporção física.
O uso do molde “chapéu de sol” para as várias peças diferentes, ou partes de peças, conjugados com franzidos exagerados e abalonados, peças invertidas, volumes inusitados criados através do uso de bolsos/saco, cintos, caneleiras, manguitos e luvas, acabaram por ser escolhas que fizeram o sucesso de todo o desfile.
Fotografia: Tiago Cabral
Moda Lisboa - Pavilhão Carlos Lopes
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