Sob o tema o Desejado, o Encoberto, o “Papão” e a Procissão, ou a negligência humana, a forma como socialmente nos organizamos, enquanto erguemos as mãos ao céu pedindo que o dia seguinte corra melhor do que o anterior, personificando assim tanto o medo, como as desculpas das nossas faltas de coragem, é a forma que Nuno Gama potencializa a sua apresentação da sua nova coleção.
De relembrar que a comemoração dos seus 25 anos enquanto marca Nuno Gama, fez com que a aposta nas peças únicas nos fizessem rever desde a primeira, ainda antes da existência da marca, até à ultima coleção, sempre à procura da solidificação do substantivo próprio, identificativo do ADN da marca.
Sempre focado na excelência do corte e no respeito pela nobreza dos materiais que se conjugam entre si da melhor forma, enaltece todos os looks com sucesso e o glamour esperado.
O casaco realça-nos o menino que embala os seus sonhos desde criança e voltámos a Miranda do Douro, onde tínhamos deixado à nossa espera a promessa da reinterpretação das Capas de Honra.
As apostas foram muito rigorosas, mas um pequeno detalhe não poderia faltar: jogar com a oposição e sobreposição de volumes viris de forma a obter poderosas silhuetas dinâmicas e urbanas.
Um momento mágico no qual conseguimos um acesso a toda a história sobre a poesia de uma asa negra de múltiplos reflexos azuis cheia de misticismo atlântico, enriquecidos por cores nacaradas, homenageando assim o nosso corvo, como símbolo e sentido desta viagem enquanto transformação espiritual individual.
Nesta magnífica coleção, Nuno Gama transmitiu a sua mensagm com muito sucesso e reafirma a maravilhosa aventura que é a vida humana.
Fotografia: Tiago Cabral
Moda Lisboa - Pavilhão Carlos Lopes
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